O PSD liderou no passado duas rupturas fundamentais que marcaram os primeiros anos da nossa jovem democracia. Na primeira década do pós 25 de Abril, o desafio da liberdade através da consolidação das instituições democráticas e civis foi conquistado sob a liderança do PSD e de Francisco Sá Carneiro. Na segunda década do pós 25 de Abril, Cavaco Silva e o PSD voltaram a liderar, desta vez vencendo o desafio da igualdade através da promoção de um desenvolvimento impar, com a dotação de infra-estruturas e actuação de mecanismos de mobilidade social. Nestas duas primeiras décadas de democracia, o PSD teve um papel liderante, sendo o condutor das rupturas que marcaram o regime político e económico do país. Primeiro libertando a democracia da tutela militar, e depois soltando Portugal das amarras da colectivização da economia e da imprensa.
No entanto, nos últimos quinze anos, Portugal falhou, quando pretendeu desenvolver-se através da ideia assente na qualidade e qualificação das pessoas e empresas. Hoje tenho a convicção que na nossa sociedade permanece uma forte assimetria social e um claro condicionamento da liberdade e acção das pessoas, das famílias, dos agentes sociais e económicos, esmagados pelo peso da dívida e das respectivas dívidas. Exemplos não faltam, como o endividamento das empresas que pode ter atingido os 144%, nas famílias os quase 100%, ou, numa escala macro-económica, na dívida pública, que consolidada com os PPP’s e empresas públicas, pode ter chegado aos 115% e no endividamento externo, que anda à volta dos 100% do PIB.
A dívida - exponenciada nestes valores e sendo transversal a toda a vida pública e privada portuguesa - hipoteca e penhora a liberdade de escolha, de acção de realização das pessoas, das famílias e das empresas. De nada adianta, ter direitos e liberdades formais, se não há um reduto ou uma esfera económica que permita respirar de alívio, levantar a cabeça e dar tradução real à liberdade de escolha e à liberdade de decisão.
Por isso, o mote da minha candidatura é libertar o futuro, que neste momento está “capturado” pelo espectro da dívida. Em próximos posts, pretendo defender algumas das ideias que tenho para conquistar este objectivo.
Paulo Rangel
Paulo Rangel
"...libertar o futuro..."
ResponderEliminarConcordo com o mote!
Espero e desejo que o combate que permita essa libertação não se limite à dívida (ou dívidas).
É forçoso, é obrigatório "libertar" muitas outras áreas, nomeadamente: combater a corrupção, por exemplo através de uma muito maior transparência de toda a governação; melhorar o "tempo" da justiça; aumentar, gradual e continuadamente, a qualidade do produto final dos ensinos; criar as condições para "libertar" os empreendedores; assumir políticas objectivas e eficazes para a família, principalmente no que à situação das mulheres diz respeito.