segunda-feira, 22 de março de 2010

Libertar o futuro (6)

A tradição do PSD é uma tradição de inconformismo e reformismo. Fomos um partido liderante no sistema político quando fomos capazes, sem pejos nem meias-medidas, de libertar a sociedade portuguesa da avalanche de constrangimentos e bloqueios que a amarravam.

Sempre que o PSD soube elaborar esta visão de ruptura contra um estado de coisas malsão, que prolongava o nosso atraso e entorpecia as energias nacionais, cumpriu o seu papel histórico na democracia portuguesa.

O PSD de Sá-Carneiro, na década de 70, e de Cavaco Silva, nas décadas de 80/90, percebeu, interiorizou e executou, com grande clareza, um discurso de ruptura que acabou por virar efectivamente a página de políticas socialistas anquilosadas e desfasadas da realidade.

Nos dois casos, foram rupturas que contribuíram para posicionar o PSD numa posição preferencial dentro do sistema partidário, com o apreço e o respeito dos eleitores e procurado pelos melhores e mais imaginativos valores da sociedade portuguesa. Nas duas primeiras décadas da democracia, o PSD conseguiu convencer os portugueses da necessidade dos seus projectos de ruptura, tanto do sentido da democratização política como da democratização económica.

A ruptura faz parte, pois, do código genético do PSD. A hora actual convoca nova ruptura e este é o projecto político que a anuncia.

Uma ruptura informada por um tronco de princípios comuns, adstrita ao estrito cumprimento do interesse nacional e acima do interesse meramente partidário.

Uma ruptura contra instituições, práticas e regras que em cada momento histórico perderam integralmente a sua razão de ser e bloquearam o avanço, consumindo a partir do interior do Estado ou de mecanismos preferenciais de acesso ao poder, os recursos e as energias vitais do país.

Uma ruptura contra um modo de fazer política fundado no mais pernicioso sectarismo, no favorecimento, na opacidade, na propaganda, no artificialismo, que foi justamente aquele que nos tem sido legado pelos últimos quinze anos de políticas socialistas.

Face ao momento de emergência que actualmente vivemos, à crise económica e financeira, à degradação da autoridade do executivo, à crise de confiança que se abateu sobre as nossas instituições públicas, o PSD precisa de um compromisso de ruptura com os últimos 15 anos de políticas socialistas, que o sintonize com os problemas imediatos deste tempo político e o reconcilie com as ansiedades dos portugueses.

É agora chegada a hora de o PSD liderar de novo um movimento de libertação individual e colectiva do potencial de sonho e concretização capaz de projectar Portugal no futuro e recuperar do atraso deprimente em que os sucessivos governos socialistas nos mergulharam.

in Moção de Estratégia Global de Paulo Rangel "Libertar o Futuro"

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