Em termos macro-económicos, é necessária uma ruptura com as políticas socialistas e uma correcção estrutural do peso do défice, do endividamento público e, obviamente, da despesa. Em sede de contas públicas importa por isso, antes do mais, sublinhar a reposição do reequilíbrio neste conjuntura, que não deve ser efectuado à custa de mais impostos. Defendo que se devem realizar medidas drásticas no lado da despesa, nomeadamente adiar ou suspender as grandes obras públicas e, onde seja possível e economicamente viável, rescindir ou negociar os contratos já em vigor. Falo de exemplos óbvios, como as infra-estruturas rodoviárias, o TGV, o novo aeroporto e a terceira travessia do Tejo. Outra das medidas que defendo é uma enorme contenção salarial, senão mesmo o congelamento na função pública e nas prestações sociais, especialmente naqueles que auferem rendimentos acima de certos valores. A contenção na função pública deve também induzir a um movimento paralelo no sector privado, visando um aumento da competitividade das empresas. E neste aspecto, o Estado deve criar mecanismos de estímulo, como por exemplo o congelamento das tabelas de IRS.
Por outro lado, é fundamental repensar as parcerias público-privadas, que apenas serviram para concentrar o risco no lado do Estado e que consistem quase sempre em obras de rentabilidade muito baixa. Além do mais, estas parcerias obrigam a uma nova consolidação das contas públicas, para pôr à luz do dia o défice e a dívida pública ocultos, provindos das PPS’s e das empresas públicas. Acredito que é também fundamental cortar radicalmente nos consumos intermédios nas despesas dispensáveis do Estado e da Administração Pública. E mais do que nunca é necessária a reorganização da administração, com a extinção de fundações e institutos, que multiplicam a despesa e se sobrepõem de funções.
No lado da receita, sustento que se deve trabalhar na realização de receitas extraordinárias, nomeadamente mediante privatizações, onde posso referir os exemplos da ANA ou da REN, bem como avançar-se para a privatização de sectores não transaccionáveis, como activos ociosos do Estado – património desactivado, como quartéis, escolas e antigos escritórios – e de posições em empresas não estratégias para o país – casos de algumas participações que hoje são detidas pela Parpública ou pela Caixa.
Ao longo da campanha eleitoral, terei a oportunidade de desenvolver estas e outras ideias no sentido de libertar Portugal da dívida, de modo a criar condições para um desenvolvimento sustentável para todos os portugueses.
Paulo Rangel
Paulo Rangel
Caro Paulo Rangel,
ResponderEliminarAos cancelar investimentos (TGV, Alcochetes, TTT) deve apresentar alternativas: Aeroportos low-cost descentralizados (Presidente da CM Bragança já teve reuniões com Ryanair para criar rota Bragança-Paris; Alverca, Vila-Real/Leiria, Covilhã), plano de modernização da ferrovia nacional (passando toda para bitola europeia, reactivando ligações a Espanha para as mercadorias e extendendo os serviços do Alfa-Pendular) e plano de criação de sistemas de troleybus modernos para as zonas urbanas (usando tecnologia nacional da SCaetano/Efacec, actualmente usado na cidade de Coimbra).
A ANA, a REN, a REfer, as redes de oleadutos/gasodutos e de telecomunicações não devem ser privatizadas porque são activos estratégicos e de soberania de Estado. Quem deve ser privatizado e ter mais concorrência é a TAP, EDP e PT sem goldem shares, CP e GALP.
O canal RTP1 pode e deve ser privatizado. O serviço público da RTP 2, África e Internacional, a produção de conteúdos audiovisuais e a LUSA é que deve continuar públicos.
No site transparencia-pt.org estão listados os contratos de fornecimento ao Estado Central e Local de produtos e serviços na área informática. Todos os conhecedores deste sector notam que existe o mais completo esbanjamento de dinheiros públicos, por mera má gestão. As compras públicas tem que ser muito mais baratas. É preciso um Ruptura com a economia que vive do fornecimento ao Estado. As poupanças aqui são muito mais significativas e populares do que os inevitáveis cortes salariais. Como referia Patinha Antão em anteriores eleições, a Administração Pública poderia ser gerida com menos tem 27% dos recursos.
Memorize estas ideias. Apresente-as na televisão com a clareza tipo Paulo Portas e ganhará.
Obrigado pelo seu comentário e pelas ideias expostas.
ResponderEliminarCumprimentos.